Não há nenhuma diferença entre aquilo que aconteceu mesmo e aquilo que fui distorcendo com a imaginação, repetidamente, repetidamente, ao longo dos anos. Não há nenhuma diferença entre as imagens baças que lembro e as palavras cruas, cruéis, que acredito que lembro, mas que são apenas reflexos construídos pela culpa.
O tempo, conforme um muro, uma torre, qualquer construção, faz com que deixe de haver diferenças entre a verdade e a mentira. O tempo mistura a verdade com a mentira. Aquilo que aconteceu mistura-se com aquilo que eu quero que tenha acontecido e com aquilo que me contaram que aconteceu.
A minha memória não é minha. A minha memória sou eu distorcido pelo tempo e misturado comigo próprio: com o meu medo, com a minha culpa, com o meu arrependimento.
José Luis Peixoto, in Cemitério de Pianos
Uh, este texto.. conheço-o bem :)
Já fiz um post com ele, apaguei, voltei a fazer, a apagar.. e por fim, lá do outro lado, acabei colocando sómente a foto que lhe tinha destinado (uma meio ‘estranha’, pelo menos bem diferente das habituais :p).. preciso dizer mais? xD
Beijinho*
LikeLike
ahh, e já que me chamáste a atenção para o facto do que ‘acontece’ depois de comentares, acabei de descobrir com quem isso acontece.. vai ver os dois últimos!
:) *
LikeLike
deixa-o quietinho, e tu é melhor nem te mexeres, sim? :’)
e agora estou lá mas nem bato à janela (agora saiu direito, hun? =p) que ainda deves estar entretida, mas olha lá.. e tu não postavas já, não? até lá pus uma outra foto a ver se gostas :)
e tbm já tem umas quantas a menos :p
beijinho*
LikeLike
este texto, exelente. Tens aqui grandes obras
LikeLike